quarta-feira, dezembro 13

PALAVRAS

Há dias em que elas
Não passam de rimas
A caminhar no passeio imoral
Dizem-se elas que são divinas

Não pelos versos plenos
Enriquecidos ao Luar
São sim dias lamuriados
Dias esses de as pôr a murmurar


Nuno Filipe Silva
Dezembro 2006

terça-feira, novembro 28

Voltei


...

Voltei a escrever o impensável
A expor a intempérie da vida
A conceber o deus blasfémico
Voltei a cantar

...


Nuno F. Silva
Novembro2006

sexta-feira, setembro 15

CULTURA

Irreverente como o sangue
Sangue pisado
Por palavras mal vestidas
Em seres vivamente encaminhados

Criamos a cria da sociedade
No ventre do engenho apalavrado
Por vozes tristeza do calar
Ser! Esse, do não se faz

Cala-te, canto de fina prefacia
Com este ritmo assiste
À revolução massiva
Simplesmente destrutiva

Cresce em ti agora
Esse tal acordar
Purificação das almas
Chorando a dor do próprio

...filosofar


Nuno Silva (Setembro2006)

sexta-feira, setembro 8

Escrevo, soletro
Caligrafo apenas
A memória do intelecto
Perversa, banal
Esta tua voz
Meramente monumental
Em flechas apuradas
Tocadas, apaziguadas
Pela nossa seda
Labial, Carnal
Jogo com o teu busto
Simples de brutalidade
Sensorial…
Escrevo, soletro
Caligrafo apenas
O leito bravio
Sentido, tremido
De suco letal

Nuno Silva(Setembro2006)

domingo, julho 30

SERÁ QUE?

É aqui que escrevo

A solidão da minha atmosfera desvanecida

Da tristeza carenciada

Por gestos, palavras, algoritmos

Guerreio a escrita

Na bancada cruel

Junto do velho passo

E no bater do meu velho anel

Oh, mas que triste estilo

Este de me flagelar

Com as mãos bastas

No espantoso de tal lugar

Luto!

Mas…Será?

Que este despojo

De palavras cerebrais

Me vai levar aos meus…

Muros de inconsciências fatais

Será?

Nuno Filipe Silva (Julho 2006)